 Basta estar atento aos sinais, com a mente e o coração leves, agradecidos pela vida, que a conexão com a fonte se abre e fica forte e clara. A gente sente por causa da onda de alegria que nos carrega de repente, sem razão ou propósito específicos. Deve ser como surfar no mar, uma sensação seguramente indescritível que somente quem consegue usar sua prancha pode desfrutar.
No meu caso, o corpão que carrego é o de um Fiat 500 modelo 1945, com alguns amassados, falhas na pintura e muitas peças bastante desgastadas, mesmo que ainda em bom funcionamento, porém, sei perfeitamente que eu não sou o carro... sou o motorista e, quando um dia, o obsoleto quatro cilindros tiver de ser sucatado, simplesmente deixarei as chaves no contato, abrirei a porta e voltarei pra casa...
Unir mais e mais o Céu e a Terra
Sem querer, fomos conduzidos por um fio de Luz para um assunto bem interessante. Muito pouco falado; as pessoas têm dificuldade ou torcem o nariz quando este tema é tocado, mas é mais uma face da vida... quando -missão cumprida ou não- todos largamos a matéria densa e retornamos ao mundo espiritual. De lá, um certo dia, despencamos nestas paragens, esquecendo rapidamente nossa origem, assediados que fomos por muitos seres das sombras que quiseram se apoderar de nossa energia, nossa força e pureza. Ao reencarnar nos tornamos de pronto escravos de culpas que não são nossas, de pecados que não cometemos, nos educaram como seres desprovidos de poder para dirigir nossa vida, nos separaram em inúmeros grupos para nos governar (subjugar) mais facilmente.
Mas... estávamos aqui a serviço da Luz... carregando aquela centelha que nunca se apaga e que, ao nos libertarmos das limitações que nos impuseram, se transforma em chama, em farol que ilumina os navegantes em perigo no mar bravio.
Ter consciência de nossa missão única, de nossa imortalidade, de nossa divindade, nos permite viver com coragem, clareza e determinação o que viemos fazer uma vez aqui estabelecidos. De mortal não temos absolutamente nada, visto que até o velho Fiat será totalmente reciclado para novas utilidades aqui na Terra, pelas mãos da sábia irmã Natureza, tomando conta com perfeição do que sobra no veículo quando o espírito terminou sua rota e cumpriu a quilometragem, determinada ainda no outro plano, e se mandou.
A festa de despedida...
Sei existirem culturas que festejam quando um ser humano deixa o corpo definitivamente... infelizmente, os velórios por aqui -no mundo ocidental- são sempre tristes, com aquela sensação de falta, de dor e luto que em geral perdura anos a fio...
Há muito, muito tempo sei que nada se perde... um sorriso sequer, um abraço, quem dirá que se deixe de reencontrar para sempre um filho, uma mãe, um amigo... basta estarmos todos buscando e compartilhando aqui, nesta escola de almas, a harmonia com tudo e todos, a leveza do nosso espírito, aquela vibração de amor verdadeiro.
Sim, na hora certa estaremos todos juntos de novo, pois a realidade dessa dimensão sutil não conhece barreiras, separação, luto. Assim... nos encontraremos na Luz, na bem-aventurança, na União e na Alegria... ou, como escreveu Bel César, A gente se vê na Terra Pura!
Por enquanto nos acharemos entre as dimensões, nos sonhos, nas saídas do corpo, onde tudo parece ilusão, mas de fato é bem real, sendo a vida daqui a própria ilusão, um simples espelho, a imagem refletida do que está acima.
Que seja festa grande, então, quando for a minha vez de sair de cena! Que não falte celebração, boa comida, boa música, até um bom vinho pra quem aprecia, boas histórias, piadas e risadas.
Os amados filhos já estão avisados... quem vier com tristeza no coração, por gentileza, mude de humor ou volte de onde veio. Estarei finalmente "voltando pra casa", com a certeza de ter pelo menos feito parte, até o fim dos dias por aqui, de um precioso grupo, cujo ideal une, liberta e nos alimenta de esperança e de amor.
Muita felicidade e leveza em sua vida! |
