
O xadrez, além de atividade lúdica, também pode ser utilizado como oráculo, ou para prática de magia.
O cunho do curso ora apresentado é a utilização como oráculo.
O xadrez teve origem na China como doutrina iniciática, como uma das formas de se trilhar o caminho rumo à iluminação.
Num jogo de xadrez, o movimento que as peças fazem, representam as possibilidades de ações, ou seja, maneiras possíveis de se reagir diante de determinada situação na vida.
O jogo de xadrez descreve o processo da criação do mundo. As cores no tabuleiro, representa m as energias yin e yang , é o quadrado mágico de mercúrio, 8 x 8, mas isso já é outra história...
O xadrez vai servir de suporte quando se quer aprofundar no estudo do I Ching, porque traduz o processo da criação.
Será responsável pela compreensão dos problemas, explica todas as causas do ser, impulsiona na tomada de decisões (avançar, recuar,...). Não define um futuro, porém possibilita uma gama de resultados, onde você toma suas próprias decisões.
Os jogos favorecem sua criatividade, despertam a intuição, ajudam na melhor percepção do que está à sua volta e ajudam a se prevenir melhor.
Um tabuleiro original de xadrez é preto e branco, hoje em dia claros e escuros, representando o yin/yang. Mostram uma espécie de luta entre o bem e o mal, forças das trevas e forças das luzes.
As bases do xadrez estão na China, sob as mesmas bases do I Ching (Confucionismo), veio para o ocidente +/- 700 anos AC. Chegou na Índia e lá elaborou-se um histórico parecido com a saga de Odin e as Runas.
Na Índia existia uma Deusa chamada Kaíssa, conhecida em alguns lugares da Europa como uma Ninfa, diz-se que esta Deusa, teria doado ao homem o conhecimento sagrado do xadrez, processo para ele conviver com a sua androgenia.
Da Índia o xadrez migrou para as culturas Árabes e até hoje nas tabacarias, os mais belos tabuleiros são os marroquinos.
Com o crescimento do Islamismo, o xadrez chegou à Europa, misturou-se com a cultura Celta (que habitava a Europa Central) e a Deusa Kaíssa virou a Ninfa da dualidade, conservando o mesmo nome.
Da Europa Central, migrou para os países Mediterrâneos, instalando-se com grande força na Grécia, tanto que se atribui a origem do xadrez como sendo Grega, porém, Aristóteles nada criou, pois o xadrez já existia há 3000 anos, ele apenas o codificou dentro da cultura européia.
Na Grécia, as peças de xadrez passaram a personificar a luta entre o bem e o mal, as peças brancas que personificam a energia yang, passaram a representar o exército de Apollo (Deus Sol) e as peças negras yin, passaram a representar o exército de Hermes (Mercúrio ou Exú), sendo este o único que tem autorização para circular por todas as esferas entre o céu e o inferno. O árbitro que sentenciava era Poseidon (Grécia) e Netuno (Roma).
O xadrez atingiu sua maior potência dentro da cultura Árabe.
O Mundo inteiro passou então a ter acesso ao xadrez e este a ser utilizado nas cortes dos reis, nos seus três fundamentos: como oráculo, atividade lúdica e para magia.
O Corão era contra qualquer tipo de jogo. Os jogos de azar foram condenados e os jogos de estratégia eram chamados de "passa tempo" e eram permitidos, contanto, que não se falasse palavrões, não se jogasse em público, não se utilizasse para apostas e não interferisse nos horários das orações nas "horas sagradas".
Com o crescimento do Islamismo, o xadrez chega a Rússia, 1000 anos DC e passa a ser adorado pela corte, onde são feitos os tabuleiros mais ricos do mundo e todas as peças eram confeccionadas do mais fino cristal. Nesta mesma época chega o carteado.
Coincide com o início do ápice do movimento da inquisição, então o xadrez começou a ser perseguido, e foi proibido pela Igreja Católica. Nesta época o Rei ganhou uma cruz católica na coroa, para personificar o Deus e ser aceito pela igreja.
Todas as peças do tabuleiro de xadrez são similares aos obeliscos, que estão presentes em todas as culturas ancestrais, esculpidos em pedra e utilizados para captar energias cósmicas.
Na Idade Média, foi liberado o jogo para os ricos e proibido para os pobres. Era a desculpa para um homem poder adentrar nos aposentos femininos, poderia passar muitas horas lá, pois as partidas de xadrez eram longas.
Na Grécia, Hipócrates e Galeno, começaram a observar que as pessoas que tinham problemas de diarréia crônica e erisipela, ficavam curadas ao jogar xadrez, por conta do auto-controle conquistado com a prática do jogo.
O xadrez tanto oráculo quanto jogo, nos obriga a pensar no passado, visualiza o futuro à frente, favorece a imaginação, ativa a paciência, o auto-controle e a capacidade de concentração e síntese.
São 8 linhas e 8 colunas, os 64 hexagramas do I Ching, descrevem uma perfeita escala musical nas várias oitavas (dó, ré, mi, fa, sol, lá, si, dó), uma jogada de xadrez vai sempre descrever uma melodia (a música das esferas).