Antropólogo, simbologista e escritor discutem as simpatias no esporte.
Cada um tem um jeito de pedir proteção. Maradona se valeu de sinais da cruz e de uma pulseira da sorte. Na véspera do jogo de estreia na Copa, e também antes da partida contra a Holanda, Dunga pisou descalço três vezes no campo. E deu uma esfregadinha com a sola. Mas não deu certo, não. Por que esse esporte é cercado de superstições?
“É um esporte que você joga com os pés. Você joga num plano com os pés. Consequentemente ele conduz a um nível de surpresa, de oportunidade, de coincidências muito alto. O não-previsível faz parte da estrutura do futebol. Evidentemente quando a gente torce por um time, a gente não quer ver isso. Isso é um elemento que fica recalcado, fica fora do jogo. Como é que ele aparece? Você está numa ansiedade tão grande e você tem que dar vazão a essa ansiedade, então ele aparece na reza”, comenta o antropólogo Roberto Da Matta.
Então na cabeça de todo mundo vitória e derrota dependem da sorte?
“A vitória não requer explicação. A vitória se auto-explica. A vitória pertence a todos. a derrota exige, em geral, o bode expiatório. Aí entra a superstição, mas entra uma superstição de procurar o responsável pela derrota, que é o feiticeiro, que é o trabalho do feiticeiro, do mago”, diz o antropólogo.
O Fantástico não procurou um feiticeiro, mas o simbologista Paulo Vasc. No programa do dia 13 do mês passado, ele cravou: "Uma pedra garante que o Brasil não está na final, nem na semifinal".
Que pedra é essa?
“Jaspe sanguíneo. É uma pedra que dentro da linguagem do jogo ela apresenta restrições cármicas. Especificamente apareceu na décima posição esta pedra que, dentro do contexto do jogo, mostraria o momento em que o Brasil sai, as quartas-de-final”.
Tudo bem, mas tem gente tacando pedra no sujeito que basta aparecer pra dar azar.
“O coitado do Mick Jagger torceu para os Estados Unidos, os Estados Unidos perderam. Torceu pra Inglaterra, a Inglaterra perdeu. Torceu para o Brasil porque o filho Lucas, filho dele com uma brasileira, perdeu também”, comenta o escritor Deonísio da Silva.
“Mick Jagger é óbvio, né? É um roqueiro com um grau de androginia muito grande, né? Então é um bom candidato a pé-frio. Você bota uma pessoa que desproporcionalmente é alta ou muito baixa, muito gorda, muito magra. Em geral os magros, os famosos, aqueles que despertam inveja são pé-frios”, avalia Da Matta.
“O pé-frio é aquele que dá azar, mas por que ele dá azar? Porque o pé-frio é o pé do defunto, ele teve um azar danado, morreu”, explica Deonísio.
Cada um tem um jeito de pedir proteção. Maradona se valeu de sinais da cruz e de uma pulseira da sorte. Na véspera do jogo de estreia na Copa, e também antes da partida contra a Holanda, Dunga pisou descalço três vezes no campo. E deu uma esfregadinha com a sola. Mas não deu certo, não. Por que esse esporte é cercado de superstições?
“É um esporte que você joga com os pés. Você joga num plano com os pés. Consequentemente ele conduz a um nível de surpresa, de oportunidade, de coincidências muito alto. O não-previsível faz parte da estrutura do futebol. Evidentemente quando a gente torce por um time, a gente não quer ver isso. Isso é um elemento que fica recalcado, fica fora do jogo. Como é que ele aparece? Você está numa ansiedade tão grande e você tem que dar vazão a essa ansiedade, então ele aparece na reza”, comenta o antropólogo Roberto Da Matta.
Então na cabeça de todo mundo vitória e derrota dependem da sorte?
“A vitória não requer explicação. A vitória se auto-explica. A vitória pertence a todos. a derrota exige, em geral, o bode expiatório. Aí entra a superstição, mas entra uma superstição de procurar o responsável pela derrota, que é o feiticeiro, que é o trabalho do feiticeiro, do mago”, diz o antropólogo.
O Fantástico não procurou um feiticeiro, mas o simbologista Paulo Vasc. No programa do dia 13 do mês passado, ele cravou: "Uma pedra garante que o Brasil não está na final, nem na semifinal".
Que pedra é essa?
“Jaspe sanguíneo. É uma pedra que dentro da linguagem do jogo ela apresenta restrições cármicas. Especificamente apareceu na décima posição esta pedra que, dentro do contexto do jogo, mostraria o momento em que o Brasil sai, as quartas-de-final”.
Tudo bem, mas tem gente tacando pedra no sujeito que basta aparecer pra dar azar.
“O coitado do Mick Jagger torceu para os Estados Unidos, os Estados Unidos perderam. Torceu pra Inglaterra, a Inglaterra perdeu. Torceu para o Brasil porque o filho Lucas, filho dele com uma brasileira, perdeu também”, comenta o escritor Deonísio da Silva.
“Mick Jagger é óbvio, né? É um roqueiro com um grau de androginia muito grande, né? Então é um bom candidato a pé-frio. Você bota uma pessoa que desproporcionalmente é alta ou muito baixa, muito gorda, muito magra. Em geral os magros, os famosos, aqueles que despertam inveja são pé-frios”, avalia Da Matta.
“O pé-frio é aquele que dá azar, mas por que ele dá azar? Porque o pé-frio é o pé do defunto, ele teve um azar danado, morreu”, explica Deonísio.